Escritórios compartilhados se espalham pelo Brasil

Espaços que antes se restringiam aos maiores centros financeiros do Brasil, os escritórios compartilhados espalharam-se pelo país em 2011 e tornaram-se uma opção para autônomos que querem fugir do home office ou empresas que possuem uma estrutura mais compacta. O The Hub, rede mundial de coworking, recentemente abriu filial em Curitiba. Já há também locais do tipo em cidades do interior de São Paulo, como Campinas, que sedia o 2Work. A empresária Fernanda Trugilho, fundadora do Ponto de Contato, afirma que recebe uma quantidade considerável de propostas de abertura de franquia pelo Brasil afora.

Uma designer que senta ao lado de uma empresa de bike courriers. Um site de notícias que divide espaço com a filial de uma siderúrgica. Programadores que no intervalo da tarde tomam café com assessoras de imprensa. Essas são algumas das misturas que os escritórios compartilhados – o coworking – proporcionam.

Fernanda conta que quando abriu o espaço compartilhado, em 2008, a sensação nos primeiros meses era de “não vem ninguém na minha festa de aniversário”. Hoje, três anos depois, o feeling é “garçom, traz mais cadeiras porque lotou”.

Como funciona e quanto custa
A ideia do coworking surgiu nas proximidades do Vale do Silício. Três empresários do ramo de tecnologia abriram as portas do apartamento para pessoas que precisavam de um local para trabalhar. Daí surgia o primeiro escritório compartilhado, o Hat Factory.

O esquema de funcionamento é simples. Os coworkers optam por um plano que pode ser de horas ou mensal. Feito isso, eles podem passar a trabalhar nesses espaços que já contam com toda a infraestrutura corporativa necessária: internet, espaço para reunião, copa, serviços de impressão e todo o mobiliário. Para Luis Aurichio, do Clubwork, não precisar arcar com os custos iniciais é a principal vantagem do coworking. “Muitas empresas não chegam nem a nascer porque morrem no plano de negócios, por conta do investimento inicial. O escritório compartilhado resolve esse problema”, diz.

Outra vantagem que sempre está presente do discurso dos coworkers é o networking, as oportunidades de negócio que resultam da interação no dia a dia entre os usuários. No entanto, nem sempre a troca de experiências funciona. A designer Camila Aun frequentou um escritório compartihado por três meses e, depois desse período, decidiu partir para outros formatos. “Os usuários tinham um perfil muito diferente do meu, o que impedia que eu fizesse networking. Preferi ir para um escritório particular e dividir com outras pessoas que me rendem mais oportunidade de trabalho”, conta.

Focando no networking, o Ponto de Contato levou a ideia do entrosamento entre os frequentadores adiante. O escritório paulistano que se localiza na laje da descolada Galeria Ouro Fino promove, em todas as últimas quintas-feiras do mês, o evento “Ideias na Laje”, quando os coworkers tomam um drink e conversam entre si. O objetivo desses encontros é “trocar e reciclar ideias com pessoas em um momento muito parecido com o seu”.

Já o Bees Office, pensando no bem-estar dos seus usuários, disponibiliza às terças e quintas-feiras aulas de ioga que podem ser pagas à parte. O The Hub oferece descontos e cursos para seus frequentadores.

Para ver se vale a pena compartilhar, preparamos uma lista com os principais coworking do Brasil, o perfil de seus frequentadores, o que oferecem e os valores cobrados por eles — que variam entre R$ 600 e R$ 850.

 

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